segunda-feira

reino dos malentendidos

Eu meio zonzo, mentindo que estou um pingo sóbrio.
Eu, numa trincheira, respirando com a buchada para fora, implorando me mata, me mata.
Uma puta dor de cabeça que vem de alguma volta do cérebro, alguma merda que eu fiz que não me caiu bem, na alegria, na tristeza e no amor.
Um bocejo é pouco para o que eu tenho para te contar sobre o meu sonho, eu era um zumbi e nele eu ria um riso nervoso, ofuscado pela luz, sem dormir, batendo-queixo. Enquanto eu esperava, esperava que viesse um fim que explodisse tudo, eu tu ela vós eles e nós.
Em pedra me transformei, para que, só para causar a impressão de que o meu ser era difícil, turbinado por uma série de coisas como ódio, paixão e poder. Mas eu me segurava para não falar.
Disseram-me que eu tinha que voltar para mim, parar de brigar comigo. Virou um mundo em que eu me amava, só eu, todos eram eu: se algo estivesse em desacordo com isso era tocado no lixo da minha desatenção.
E falar saiu da moda, escrever também, só um bando de chatos ainda fazia isso. Quando o jardim da minha casa cresceu e as plantas bateram na altura da nossa incompreensão, era num grunhido surdo-mudo que a gente se comunicava, se é que aquilo era comunicação.

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