quinta-feira

cassino

uma bala pra uma
outra pra outra
as balas que faltam
é o que me mata

sábado

bizarro normal ♪

se existe ilusão, se estragou
ela me levou
se existia cor, coração
ela me levou

agora sou um monstro que mostra o motor
de tudo que funciona com amor e dor

bizarro é o meu estado normal
meu estado bizarro é normal
anormal é o nosso estado normal
quem sou eu pra você?

por que tanto ódio, que tal um la la love you...
a vida sacana me levou
sem freio, sem ilusão
lá vou eu vou

quarta-feira

eunice fazendo biscoito

Vou aí te dar um abraço e te encontro ronronando. A sonda não funcionou, o alimento está te afogando. Afago o teu cabelo em que fizeram uma trancinha, quase não tem mais cabelos, nem concebo o que é ter 96 anos. Não consigo imaginar o que passa pela tua cabeça agora. Estás sonhando? Com quem?

Lá tem música. Contigo se vai boa parte das lembranças, quantas lembranças! Quantos bolos, hein? Das últimas que me acompanharam desde sempre, que me testemunhou, que me chamou de filho. Como é ter 96, profe? Lá pelas tantas, viver só serve para o mundo nos calejar. Levanto o dedo e pergunto, mas tu não respondes mais.

Por que as pessoas querem viver tanto? Uma coisa que eu não quero e tu não querias. Então está aí, chegando a hora, não sei no que estás pensando.

Vai o dedo no dó, os outros no mi e no sol: acorde!