sexta-feira

encontro

Só há uma viagem que sabemos como termina
e nela terminamos sozinhos.

Lá pelas tantas, dois viajantes de nações diferentes podem – depois de muito chão trilhado, cada um no seu caminho – percorrer a mesma estrada no mesmo dia. Eles conversam, tentam resolver os problemas de comunicação e, realmente, se dão muito bem em alguns assuntos em comum, em que se reconhecem como iguais.
Mas como superar as diferenças de entendimento, aquelas que nos levam a enganos? Pois é impossível lhes arrancar os olhos da cara, olhos que viram tanto e que filtram a luz do mundo. Cada um entendeu o que quis.
Muito cordialmente, trocaram presentes, os artigos mais baratos de suas riquezas, e prometeram se reencontrar daqui a sabe-se lá quantas luas, antes de retomarem a solidão dos seus destinos.
Se a experiência, mistura de envelhecimento e orgulho, dá sentido às coisas ao redor, ela permite ver que os viajantes nunca se encontram. Na verdade, nenhum viajante abandona a sua terra natal.

Nenhum comentário: